Em tudo serei entregue ao meu alento
Terei na veio o sangue da podridão.
Censurarei então o meu talento
Transfigurando meus sentidos numa prisão?
Oh tardio dia refugo.
Toma-me em teus braços, entrega-me aos chacais.
Sinto um tormento agudo.
Da necessidade torpe das minhas horas finais.
Traduz no meu ceticismo tal zelo e cuidado.
Onde o azul do céu se apaga,
Quero me ver torturado...
E finalmente assolado, um homem de nada!
Sentem-se a mesa, morte e nostalgia.
Banqueteiem comigo meus restos de lembrança.
Pois naquela intensa agonia
Lamento enfim faltar-lhe esperança.
Sucumbe meu viu e benevolente corpo
E faz secar o meu alento.
Talvez em face do maior morto.
Sequem-se nas veias o meu eterno talento.
Se amigo fui de mais, perdoe.
Não imponho em mim limites triviais.
Por mais ultrajante em fim magoe.
Perdoe por fim tarde de mais.
Oh, rua amarga e cheia de sentenças.
Faz chorar as lagrimas que já não existem.
Multiplica minha dor tão intensa,
Refugiando-as nas feridas que persistem.
Não mais reconheço meu humilde falar.
Talvez a saliva em mim se fez pesar.
E de tantas palavras já nada sei dialogar,
Pois de mim saíram todos os fins a acabar.
Por fim, não vejo nada a não ser trevas.
Poetas mortos em finais felizes.
Num suicídio eminente sem reservas,
Voltando ao nada, sendo pra sempre infelizes.
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